A estrada

– Vai sentir a minha falta? – perguntou ela. – Nós já mal nos conhecemos.
– Eu posso mudar – respondeu ele.

Ela sorriu, e disse; – Sei que pode. E devia. Mas teria de fazer por tua vontade, não por pensar que é isso que eu quero.

Passou as semanas seguintes numa espécie de torpor e, um mês depois daquela conversa, após ter sido submetida a uma operação rotineira,ela morreu na sala de recuperação.
Este golpe terrível, vindo na sequência dos outros, o tinha trazido até ali..

Quando se sentiu pronto, entrou no carro e voltou para a estrada ..uma tempestade se formava ao largo da costa…desacelerou para apreciar a beleza serena daquelas terras baixas da faixa costeira, por aquelas bandas a vida era diferente, sentia-se encantado porque as pessoas que conduziam em sentido contrário o cumprimentavam com acenos, maravilhou-se com o grupo de idosos sentados no banco á beira da praia, que pareciam não ter mais nada que fazer do que observarem os automóveis que passavam..

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