Parte de mim está confusa, um desastre atrás do outro…parece não ter fim…
Era final de tarde, o mesmo de sempre, tudo como já antes apresentado, programado…
Era o final de um dia igual, como todos os outros dias, o mesmo nascer do sol, o mesmo trabalho, e por fim o mesmo pôr do Sol.
Parte de mim se rebela, lembrando do que nós que fomos, diante desta testemunha chamada Sol…que agressivamente, parece me perguntar; “o que foi, o que houve, cara?”
Respondo como se me ouvisse; ela preferiu as luzes noturnas, luzes pulsantes e piscantes… que eu já não era o suficiente para seu querer, me quis, me teve, e me deixou…descartado totalmente…
Este instante de realidade que não vale a pena sonhar… Ah, fomos tantas coisas!
Solitário, triste sem o sorriso de antes. Tudo porque não desejei outra pessoa, agora sofro, tanto quanto fui feliz.
Mas nestas voltas que o mundo dá, a vida consegue surpreender à todos, porque não á mim…lembranças começam a se encaixar, como não entendi antes…
Uma grande confusão de sentimentos, me afasto, na distância de tudo, este momento bastante bagunçado, preciso de atenção e compreensão.
Sorrio, ninguém tem dó de ninguém, nem a vida, nem as pessoas.Chorar não resolve, nem ajuda, só entope o nariz e aumenta a sensação de mal estar, desculpa a sinceridade.
Resolvo sorrir mesmo com dor, um sorriso bem grande, ensaiado e programado como o Sol, e resolvo conquistar de volta o meu final de dia, e me preparo para o luar…será deslumbrante, a lua de sangue,e saio como se fosse um vampiro em busca de lugar alto par dar meu uivo de vida
Volto a sonhar com o amanhã, em vez de sofrer pelo ontem que não aconteceu e apago você da minha memoria.
O senhor… mire e veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão. Guimarães Rosa (1956)
