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Seis passos para uma redação nota 1000

A professora Tarsila Baylão inovou ao postar os seis passos para uma boa redação em sua página do facebook, nossa língua mãe, sofre constantes mudanças, virou e mexeu, tem uma reforma ortografica, trazendo confusão e deixando alunos em pé de guerra com o portugues, facil de falar, pois admite, girias, internetês, e várias perfomances, mas, escrever a forma culta da lígua portuguesa e interpretar, já é outra historia. Mas, ela vem mostrar que é facil, basta segur os pasos…..

Trouxe aqui tambem as dicas da professora, que são ótimas,:

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De: Tarsila Baylão/ Carangola, em Minas Gerais.

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O Enem; o crush

Desde que soube que podia concorrer á uma vaga para uma faculdade ela se inscrevia e fazia as provas,  sentia os olhares,  alguns estranhando,  outros ignorando mesmo,  ou era imaginação,  todos estavam preocupados em responder às 180 questões, e fazer bem a redação, mas ela tinha baixa auto estima, por esta razão tinha tantos sentimentos contraditórias, mas resolvera que ela seria persistente, uma vez já tinha chegado perto,  quase foi aprovada na sua primeira graduação,  mas um descuido em matemática fizera com que não concluísse.
Lamentou,  quase se desesperou,  mas resolveu prestar o enem novamente,  e para sua surpresa e desespero da faculdade lá voltou ela novamente,  para sua segunda graduação.
Pareciam aguardar sua desistência,  mas ela persistia.

E ainda sorriu vendo no segundo ano consecutivo o mesmo cara com a camisa atualiazada do mesmo cursinho, cheio de frases motivadoras. Riu pra si mesma e quase soltou; _Eita cursinho bom hein.!!!…mas silenciou, melhor não provocar, não chamar atenção mais do que já chamava, achava que estava em um mundo que não era seu, era o que tinham feito ela acreditar.
Então o Crush entrou e começou a procurar um lugar onde coubesse seu um metro e noventa de pernas, ele era perfeito, até a aplicadora, que também tinha um e oitenta de pernas, suspirou, para ela que só tinha um e sessenta, achava que pessoas altas e magras só tinham pernas.
Ele não era igual aos outros garotos, não o tinha visto nos anos anteriores,os outros garotos pareciam trazer tudo o que possuíam em suas mochilas enormes, onde paravam ninguém podia passar, ocupavam todos os espaços, mesmo com pouca bagagem e em menor número.
Tudo o que preciso é o RG, duas canetas pretas, era o que eu pensava, vendo o exagero dos jovens que pareciam querer levar o quarto e a geladeira para a sala de aula, parecia que ainda iam para o prézinho, lanchinho, água, realmente necessária, mas dá pra comprar na porta antes de entrar, também tinham muita cor nas roupas, nas mochilas enormes e nos tênis, aliás, o tamanho da mochila era a única evidencia de que eram adultos, os papais e mamães, tinham que levar estas crianças grandes para o local da prova, tamanha a dificuldade deles em afastar-se do conforto, foi meio venenosa esta analise, mas é a realidade dos jovens de hoje, não querem crescer, nem afastar-se do conforto da casa da mamãe, quando vão estudar em outra cidade ´´ é também uma verdadeira odisseia” de pais tentando resolver os problemas dos bebes na universidade, é quase cômico.
Um garoto de cabelos cacheados, tinha ficado do lado de fora ao menos uns quinze minutos, tirando o boné, e colocando se dentro das normas do Enem, entrou, levou uns cinco minutos amarrando o cabelo, e depois começou a tirar o lanchinho, quatro barras de chocolate, uma garrafa de água, um pacote de bolacha e uns chicletes.
Desde que o Enem ganhou reconhecimento de avaliação, os “boyzinhos” começaram a concorrer junto com os pobres que o governo tentava inserir no meio universitário, houve muita resistência da parte das Instituições este reconhecimento de que a área pública era capaz de realizar alguma coisa com sucesso, apesar dos ataques nas redes sociais, e protestos da elite burguesa falida e acostumada com a ocupar quase sem concorrência as vagas das Universidades Públicas Brasileiras; a ironia é que o dinheiro público é quem paga as Universidades para formar os filhos dos ricos, irônico ou um deboche com a inteligencia da nova geração. que cresceu assistindo escândalos e mais escândalos no meio politico, artístico, e até nos funcionários de cargo com menor repercussão, e as madames perguntavam, tentando fazer com que entendessem que precisavam ainda dos braços dos escravos, quem lavaria seu banheiro, quem varreria sua casa, quem cozinharia para seus filhos enquanto estivesse nos clubes?

O Enem prosseguia, até que um desentendimento entre governo e Câmara dos Deputados poria fim á era dos pobres entrar em uma faculdade, alguns pobres de verdade conseguiram chegar às faculdades reservadas para os ricos, que era medicina, direito e psicologia, então os boyzinhos resolveram participar do Enem também, resolveram por em pratica a máxima; “se não pode com eles, junte-se á eles”, então eles vieram com seus cursinhos particulares, e ficou difícil devido à concorrência desigual, mas sempre se podia tentar, quem sabe numa distração dava sorte.

E eu estava ali, fazia parte do grupo dos pobres, e fora da idade, a idade média era 20 anos ou pra menos ou pra mais, 25 anos já estariam formados e teriam o controle total das empresas por onde passassem, esta era a meta desta geração.

Domínio total, ou nada. Esta foi uma era de muita gente deprimida, mulheres tristes por perderem suas famílias, devido á entrega total para atingirem objetivos, ganhou o lado profissional, mas perdeu o lado emocional, que é o equilíbrio da vida, homens criando os filhos sozinhos, tinham ganhado a liberdade, mas não sabiam compartilhar, seu compartilhar se resumia em postar em redes sociais algo que agradasse e resultasse em muitos likes.

O que de fato é bom, mas existe uma vida que precisa ser vivida, e ela é cheia de realidade e compromissos, consigo próprio, com sua família, com seu amor, com filhos, se for o caso, não é fácil, e é muito fácil, ser desta geração.

Voltando ao que me interessa neste momento, um cara alto e com aparência de não saber o que é dificuldade para pagar a mensalidade da facú, e que eu nunca”pegaria” nem que acreditasse na existência de outra encarnação,
O conhecimento deveria ter sido adquirido antes e conhecimento não ocupa espaço físico, pensava ela olhando todos, e toda a movimentação á volta, o crush na dele, sentado e os bebes iam tirando 4, 5 barras de chocolate, bolachas, garrafas de água e enchendo a mesa de estudos de alimentos, quase lembrando uma lanchonete, e suas coleções completas de canetas todas pretas transparentes, por exigência.

O crush era igual á ela todo certinho, todo contido, exceto pelo fato de que ele andou varias vezes e exibiu sua altura, conversou com pessoas próximas á ele enquanto aguardava, e ela apenas o apreciava de longe.

Pessoas próximos á ela começaram uma conversa, um era estudante de engenharia, outra de administração, ela pedagogia, começaram a trocar conhecimento, se distraiu e quando voltou á prestar atenção no crush, ela estava sentado e quieto, a aplicadora pegando os envelopes, a prova ia começar…

Eu estava ali, era parte deste mundo, conturbado e confuso, e a hora chegou….vamos ás provas

A prova transcorreu normal, com a quantidade de comida em jogo e agua, normal irem tanto ao banheiro, ela tinha sua técnica para esses dias. bebia bastante água cedo, ia bem alimentada, e assim saia pouco do lugar.

Ao final da prova, ela saiu e dirigiu-se ao portão já esquecida de tudo de tantas questões, 139 questões e uma redação com um tema surpresa, não sabia se tinham sido mal ou bem resolvidas, sabia que tinha dado seu melhor, por isto saia satisfeita consigo mesma neste momento, uma quantidade de jovens promotores de diversas faculdades na porta tentando atrair clientes, o cansaço era enorme, quando ouviu;

_Tudo bem? Quer carona?

-Estou de carro.Respondi.

-Que achou da prova?

Ela entendeu que ele, com seu um metro e noventa queria conversar…tanto quanto ela, com apenas seu um metro e sessenta. O cansaço desapareceu…repentinamente….Ela se aproximou, e foram caminhando e conversando enquanto se dirigiam para o carro.
Ele pediu ._me adiciona lá no whatsapp, pra gente discutir as questões.

  • Tudo bem. respondeu ela, vou te passar meu numero, ou melhor vamos fazer isto já.

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24out2015-enem

Avenida Paulista. Enem 2015