Day After. 14 de Maio de 1888

Educados pela Suprema Mandatária do Brasil; Rede Globo ou Fundação Roberto Marinho, que junto com os militares e outros historiadores da linha branca, sempre com muita veravidade criaram o sistema de ensino vigente no Brasil, que insiste em não mudar,  não se adequar à novas leis ou se atualizar,  tratando quase criminalmente algumas inovações tecnológicas.

O dia seguinte ao 13 de Maio de 1888, o dia que a princesa pressionada por vários fatos que ocorriam no Brasil assinou a Lei Áurea,  é 14 de Maio de 1888, tudo estava resolvido, nenhum escravo, brancos e negros se abraçando. Ilusão das ilusões. Foi o dia mais terrível da história não revelada,  ou não descrita em livros de história.

O dia 14 de Maio, foi o dia dia mais longo da história de liberdade dos negros, e alguns dizem que este dia ainda não terminou.

Mais de quatro séculos sendo escravizados,  sequestrados, assassinados, os seus donos não abriram mão de seu escravo, do seu bicho de estimação,  que  construía, plantava, colhia, cozinhava, lavava, tudo que ele precisava, era feito, de graça sem nenhum tipo de pagamento. O que se viu nos anos seguintes pós-abolição foi a estruturação da negação de que escravizou e ainda nega a igualdade à população negra, as condições mínimas de integração e participação na riqueza do país que ajudou a construir, com seu sangue,  suor e entranhas., seus filhos já nasciam escravos,  como hoje,  já nasce condenado à padecer em meio à desigualdade social.

Sem terra, sem empregos, sem educação, sem saúde, sem teto, sem representação.
Nem mesmo a Reforma Agrária, foi capaz no país das Capitanias Hereditárias de incluir e garantir direitos para negros. Grileiros  garantem as terras para si com apoio da Lei criada por brancos e para brancos,  olhe para o campo e observe as fileiras de Sem Terra ou Sem Teto, a maioria são negras e negros.
Procure lembrar o pelotão que assombra com os seus rostos negros, que faz estremecer nos campos e nas metrópoles, na luta por moradia dos movimentos de Sem-Teto são em maioria negras e negros!
Nos hospitais, quem aguarda nas filas de exames e tratamentos, a maioria tem uma cor em comum.
Olhe para os analfabetos e para os jovens em idade escolar que não concluíram o ensino médio, muitos nem mesmo o ensino fundamental concluiram, e estão fora da escola, são de maioria negros.
Olhe para a população carcerária e sua existência precária, quase animalesca,  20 área 50 pessoas em 1 m, as vítimas de violência policial, os desaparecidos e os homicídios, também a maioria é de negros que são mortos e sem que cause nenhum abalo social ou na imprensa, parece que é algo fatídico ou normal e necessário.
Os dependentes do bolsa-família ou da previdência social, a maioria é de negros.
A pobreza atinge a todos, mas nas condições aqui descritas a maioria é negra, é desproporcional em qualquer comparação que se realize, isto desde 1888, assim é e assim permanece há 128 anos. A herança racista, cotidianamente transmitida aos descendentes dos colonizadores do Brasil, mantém a posse do latifúndio, hoje conhecido e muito respeitado: chamado de Agronegócio. Eles mantém o domínio dos grandes meios de comunicação, são donos das grandes empresas, bancos, conglomerados empresariais, comandam a politica nas grandes e nas pequenas tambem, em grandes igrejas que influenciam as pequenas e com isto eleições confirmam seu poder econômico, a supremacia política, e a representação eleitoral de maneira a manter intocáveis seus interesses.

Tem sido assim nos últimos 128 anos, ou nos 516.

Mas negros se mantém resilientes,  fortes apesar dos fracassos em tentar conquistar a igualdade, muitas vezes traídos, enganados. Muitos até não entendem ter direito, porque só conheceu a subserviência. Resistem na contra cultura,  solidificando com persistência seus ideais de liberdade e igualdade e fraternidade. Já ouvi isso. Todos merecemos os mesmos direitos.

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Reh

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