Era no tempo em que, no palácio das Necessidades, ainda havia ocasião para longas conversas. Mas podia passar-se hoje…
retrospectivamente, para o nosso passado, o País começara tão bem, tinha um povo guerreiro e desbravador…que lutou por liberdade e tantas outras batalhas mais…
– Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que ocorreu de mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que “deram novos mundos ao mundo”, que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos um dos mais pobre país?!…
O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:
– Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.
– Não descendemos? – reagiu, perplexo, o jovem diplomata – Então de quem descendemos nós?
– Nós descendemos dos que ficaram por cá …